Ciclo de Conferências “Como Fazer Negócios – CPLP” termina com o Brasil

O Brasil foi o país que esteve no centro do seminário que encerrou o ciclo Como Fazer Negócios na CPLP, que se realizou dia 10 de Julho, na Fundação AIP. Com a organização da Fundação AIP, a colaboração da CESO, o patrocínio da TAAG e do Novo Banco e o apoio das Águas Fonte Viva, Como Fazer Negócios no Brasil contou com a presença de mais de quarenta empresas portuguesas interessadas em investir no mercado brasileiro.

O Brasil é o quinto maior país do mundo em área (é noventa vezes maior que Portugal) e é também o sexto país com maior densidade populacional do Mundo, representando quase metade da população total da América do Sul. Os Estados menos povoados do Brasil são os do norte do país; em contraste, o Nordeste, o Oeste e o Sudeste Sul brasileiro congregam 53% da população brasileira: São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Baía e Rio Grande do Sul são os estados mais povoados do país.

A CESO apresentou a base de dados do Banco Mundial, que situa o Brasil na categoria de 8ª economia mundial, atrás dos EUA, China, Japão, Alemanha, Reino Unido, Índia e França.

As relações do Brasil com o exterior denotam-se por estes dados:

  • 21.º exportador mundial de bens e serviços
  • Principais clientes: China, EUA, Argentina, Holanda
  • Principais produtos exportados: Soja, Minério de Ferro, Petróleo, Açúcar, Automóveis, Carne de Aves
  • 22.º importador mundial de bens e serviços
  • Principais fornecedores: China, EUA, Argentina, Alemanha, Coreia do Sul, Nigéria, Japão, Itália
  • Principais produtos importados: Produtos petrolíferos, Automóveis, Aparelhos eléctricos, Medicamentos, Trigo

As relações comerciais entre Portugal e Brasil são históricas. Contudo, após um período menos favorável, verificou-se a partir do ano passado uma margem de progressão considerável. Brasil é o 10.º destino das Exportações Portuguesas (1,71%) e o 10.º fornecedor de Portugal (1,77%). Portugal exporta essencialmente para o país irmão azeite, peças de aviões e helicópteros, peras, vinho, bacalhau, minério de cobre, gás natural, construções de ferro e aço, moldes, antenas, Cimento e material eléctrico.

Dados de 2016 demonstraram que cerca de 1450 empresas portuguesas exportaram, nesse ano, para o Brasil, aproximadamente 1600 produtos diferentes.

Portugal está na moda no Brasil – Pedro Taunay, Chefe Sector Promoção Comercial, Embaixada do Brasil em Lisboa

A título de exemplo sobre as relações entre os dois países, Pedro Taunay, Chefe Sector Promoção Comercial da Embaixada do Brasil em Lisboa, referiu a criação de um cluster aeronáutico em Portugal, fruto do investimento da Embraer em Portugal, que reforçou o capital que tem na OGMA – Indústria Aeronáutica de Portugal (65% é detida pela Embraer).

Quais são as vantagens de se investir no Brasil?

Primeiro que tudo, a dimensão do mercado. O Brasil é um país muito grande, com muito por explorar e muitos sectores onde se investir, com uma economia bastante diversificada. O Brasil tem igualmente uma mão-de-obra diversificada, com todo o tipo de formações. Nos últimos anos, o país apostou em grandes investimentos em infra-estruturas logísticas, energéticas e sociais/urbanas (entre 2007 e 2015, os investimentos concluídos pelo Plano de Aceleração do Crescimento somaram 1,4 mil milhões de reais). Por último, mas não menos importante, o Brasil pode servir como porta de entrada para a América Latina. A língua comum também favorece em muito o investimento português em território brasileiro.

Mas… também há desafios

O Novo Banco, tendo como representante Pedro Silva, do Departamento Comercial Internacional, apresentou nesta sessão os instrumentos de apoio ao negócio que o banco português disponibiliza para os interessados em investir nos mercados estrangeiros, neste caso específico, o Brasil.

Para mais informações sobre as ferramentas disponibilizadas pelo Novo Banco, contacte pedro.silva@novobanco.pt.

Assim como a TAAG – Linhas Aéreas de Angola, que apresentou a sua frota modernizada e as ligações que a companhia aérea realiza a partir de Angola e Portugal para o Brasil, nomeadamente para os aeroportos de São Paulo e do Rio de Janeiro. A TAAG oferece também condições especiais para todos os empresários que decidam viajar através da companhia aérea em negócios. Saiba mais em www.taag.com.pt.

O testemunho da Euroeste

Esta empresa de agro-alimentar viu na Bahia um território por explorar. A Fazenda Saudável, com uma área aproximada de 4000 hectares numa extensão de 14 km, situa-se no município da Barra junto à margem sul do rio Grande.

Quando a implementação de todas as vertentes do projecto estiver completa, o complexo agro-industrial da Fazenda Saudável deverá constituir uma referência no Estado da Bahia – produzindo milho, soja, fuba, alimentos compostos para animais, suínos e culturas hortícolas – estando prevista a criação de 250 postos de trabalho diretos.

Sobre este projecto, José Coimeiro, um dos administradores da Euroeste, defende que a língua em comum é, sem dúvida, uma grande ajuda, sobretudo porque o Brasil é um país com uma “dimensão assustadora”.

Sobre a sua experiência pessoal em terras do samba, refere os lados menos abonatórios do país: “é um país muito perfeccionista e burocrático, sem regras definidas.”

Contudo, o investimento pesado acaba por compensar se se tiver em conta o local específico no país onde se pretende investir e as suas necessidades, como aconteceu com a Euroeste.

Aqui disponibilizamos as apresentações dos intervenientes:

Com o Brasil, deu-se por concluído o ciclo de conferências sobre Como Fazer Negócios nos CPLP, sessões que foram descritas nos seguintes artigos:

Angola e Guiné-Equatorial | Cabo Verde e Guiné-Bissau | Moçambique e São Tomé e Príncipe

Antes deste ciclo de conferências, decorreu no Centro de Congressos de Lisboa, no dia 29 de Junho, o Business Fórum Namíbia, com a presença de mais de oitenta pessoas, entre empresários e entidades oficiais da Namíbia, que viajaram a Portugal para o efeito. e empresários portugueses com interesse em realizar contactos bilaterais entre os dois países.

Saiba mais sobre o Business Fórum Namíbia aqui.

Ciclo de Conferências “Como Fazer Negócios – CPLP” termina com o Brasil2019-01-07T18:11:09+00:00

Empresas e entidades da Namíbia estiveram no Centro de Congressos de Lisboa a realizar contactos bilaterais

Foi no âmbito do Business Fórum Namíbia, no dia 29 de Junho, pelas 10h00, que estiveram reunidas no Centro de Congresso de Lisboa mais de oitenta pessoas, entre empresários e entidades oficiais da Namíbia, que viajaram a Portugal para o efeito. e empresários portugueses com interesse em realizar contactos bilaterais entre os dois países.

Presentes nesta sessão estiveram Mrs. Nangula Frieda Ithete, Embaixadora da República da Namíbia para PortugalLucia Iipumbu, Secretária de Estado da Industrialização, Comércio e Desenvolvimento da Namíbia, Bonaventura Hinda, Conselheira da Embaixada da República da Namíbia em Portugal e uma delegação de empresários e outras responsáveis de entidades do país, entre os quais Johanna Shiweda, em representação da Câmara do Comércio e Indústria da Namíbia e Matthias Lemcke, manager do Namibia Tourism Board Regional, ambos com intervenções directas no fórum. A TAAG – Linhas Aéreas de Angola, patrocinadora do fórum, também esteve presente a apresentar as ligações que faz desde Angola até à Namíbia.

Em representação de Portugal, para além da Fundação AIP, na figura do Director-Adjunto da Lisboa FCE, Dr. Pedro Braga, também a aicep Portugal Global esteve presente, com uma intervenção do Dr. Fernando Quintas, Senior Market Manager. O discurso de encerramento ficou a cargo de Rogério Tavares, Cônsul Honorário da República da Namíbia em Portugal.

Bonaventura Hinda, Conselheira da Embaixada da República da Namíbia em Portugal, apresentou o país como tendo uma posição geo-estratégica relevante: é uma porta de entrada para o Oceano Atlântico e faz fronteira com países de destaque no continente africano como Angola e África do Sul e também o Botswana e a Zâmbia.

Os sectores prioritários de investimento nos próximos anos no país são a agricultura e a pesca, a indústria manufactureira, os transportes, o turismo, a extracção mineral e também a economia do mar. Sectores só passíveis de um maior desenvolvimento com o investimento na educação, na construção de melhores infra-estruturas, desenvolvimento das novas tecnologias, do tecido financeiro e da investigação e inovação.

Fonte: Embaixada da Namíbia

Resumindo, estes são os motivos por que se deve investir na Namíbia:

  • Posicionamento geográfico privilegiado
  • Relacionamento privilegiado ao nível da sub-região
  • Oportunidades de negócio em diversos sectores
  • Relação comercial com as maiores economias da as maiores economias da sub-região (Angola e África do Sul)
  • Estabilidade económica e política
  • Infraestruturas desenvolvidas
  • Ambiente laboral estável

A Namíbia tem procurado nos últimos anos apostar na atracção de investimento estrangeiro, oferecendo condições especiais aos empresários que tenham interesse no país:

Fonte: Banco Atlântico

De Portugal, a Namíbia importa essencialmente estes produtos: azeite, cereais, vinho, chocolates, têxteis, estruturas de ferro e aço, máquinas, peças para automóveis e redes de pesca.

Sobre o porquê de os empresários namibianos investirem em Portugal, a aicep Portugal Global, na figura de Fernando Quintas, considera que Portugal é um país que, actualmente, prima pela sua competitividade, factor notório pelos recentes investimentos que têm sido feitos no nosso país.

Terminada a sessão, as empresas portuguesas e namibianas presentes iniciaram as reuniões B2B. Ao todo, realizaram-se mais de 50 reuniões pré-agendadas que visaram o estabelecimento de contactos bilaterais entre ambos os países.

 

Aqui disponibilizamos as apresentações deste fórum:

Empresas e entidades da Namíbia estiveram no Centro de Congressos de Lisboa a realizar contactos bilaterais2019-01-07T18:11:09+00:00

Ciclo de conferências sobre os CPLP conclui que a África lusófona é um mundo de oportunidades por explorar

É esta a conclusão dos seis seminários já decorrentes sobre países dos CPLP (Angola, Guiné Equatorial, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique e São Tomé e Príncipe), organizados pela Fundação AIP no âmbito dos seminários Como Fazer Negócios, que decorrem até dia 10 do presente mês na sede da Fundação AIP. Estas acções contam com a colaboração da CESO, o patrocínio do Novo Banco e da TAAG e o apoio das Águas Fonte Viva.

A próxima acção será Como Fazer Negócios no Brasil, no dia 10 de Julho! [ver programa].

Inscrições aqui!

Dia 3 de Julho – Angola e Guiné Equatorial

O Novo Plano de Desenvolvimento Nacional de Angola prevê um crescimento económico colocando em segundo plano o sector petrolífero

Angola está a passar por uma mudança estrutural que tem impactos directos nas relações comerciais e económicas do país com Portugal. Rui Miguel Santos, Vice-Presidente Executivo da CESO, apelida esta fase como uma “nova fase no processo de desenvolvimento”.

Nesta nova fase de desenvolvimento, é importante reter a ideia de que tudo aponta para um papel secundário do sector do gás e petróleo na economia do país. Isto porque, segundo os últimos censos angolanos, existem mais de 25 milhões de habitantes, um claro sinal do crescimento populacional de Angola. Desses 25 milhões de habitantes, uma grande parte é jovem. Na opinião de Rui Santos “o sector petrolífero não cria emprego, ou, colocando de outra forma, cria emprego muito qualificado. A agricultura e a indústria, por exemplo, são criadores de emprego para os jovens angolanos.”

Prevê-se que o sector não petrolífero de Angola cresça 7,5% entre 2018 e 2022, fruto do Plano de Desenvolvimento Nacional 18-22, que prevê também um aumento do financiamento público. Em entrevista à Agência Lusa, Rui Miguel Santos considerou que Portugal tem de encontrar o seu papel neste puzzle que irá começar a desenhar-se entre os dois países, não como exportador mas sim como parceiro de investimento.

“A produção local é um caminho inevitável para as empresas portuguesas, se quiserem manter uma posição e presença forte em Angola, porque ao lado está um país com tradição, tecnologia e capacidade de produção, a África do Sul”
Rui Miguel Santos, Vice-Presidente Executivo da CESO

Os sectores prioritários no programa de industrialização de Angola passam pela indústria alimentar e bebidas, têxteis, calçado, madeira, pasta de papel, produtos químicos e metálicos, transporte e reciclagem, tudo áreas em que as empresas portuguesas têm um know-how aprofundado.

A diversificação da economia angolana é, assim, inevitável, mas ocorrerá num processo lento, prevendo-se um cenário complexo até lá, existindo consequências directas nas finanças públicas que continuarão vulneráveis ao sector petrolífero.

O Novo Banco, patrocinador da acção, apresentou dados estatísticos sobre o mercado de importações e exportações entre Portugal e Angola. Pedro Silva, do Departamento Comercial Internacional do Novo Banco, indicou que nos últimos cinco anos, o mercado das importações e exportações tem vindo a decrescer: em 2018, por exemplo, houve um decréscimo de 20% nas exportações de Portugal para Angola.

Contudo, ao mesmo tempo e a título de exemplo, Angola importa pontes e elementos de pontes, de ferro ou aço de Portugal num valor muito acima da média mundial. A ideia é de que é preciso analisar os riscos e vantagens de uma possível exportação ou investimento em território angolano, existindo produtos/serviços de que os angolanos necessitam e que Portugal pode fornecer em boa quantidade e qualidade.

Enquanto patrocinadora desta sessão a TAAG, Linhas Aéreas de Angola, apresentou a frota mais moderna e segura da companhia e todas as condições para os empresários viajarem para Angola, em lazer ou negócios, com condições especiais.

Sobre a expansão da TAAG para outros países, incluindo Portugal, Mónica Cristino, Directora Regional da Companhia Aérea referiu que “tem sido um enorme desafio. Acreditamos que a TAAG é uma companhia com enorme potencial e temos feito grandes investimentos no desenvolvimento da marca nos segmentos de lazer e corporate.”

As apresentações dos oradores desta sessão de Angola, podem ser consultadas aqui. Para mais informações sobre a apresentação do Novo Banco, deixamos o e-mail de Pedro Silva, do Departamento Comercial Internacional.

  • CESO
  • TAAG
  • Novo Banco – pedro.silva@novobanco.pt

A sessão da tarde de dia 3, dedicou-se a Como Fazer Negócios CPLP – Guiné Equatorial, onde estiveram presentes mais de 30 empresas de diferentes sectores. Na ordem do dia estiveram as mudanças significativas que estão a ocorrer na Guiné Equatorial a nível económico e político e também as oportunidades de investimento e exportação para o país.

Pode consultar as apresentações aqui:

Dia 4 de Julho – Cabo Verde e Guiné-Bissau

Cabo Verde é o país dos PALOP que tem mais estabilidade económica: o investimento estrangeiro é favorável e seguro

Quem o diz é José Eduardo Martins, Sócio da Abreu Advogados, na terceira sessão Como Fazer Negócios: CPLP, desta feita sobre Cabo Verde. Com um historial de experiência nos PALOP, a sociedade de advogados considera que “a seriedade dos cabo-verdianos quando toca a negócios só tem paralelo com alguns dos países do norte da Europa”.

Para além da enumeração das leis (lei de investimento, lei de investimento privado, incentivos e benefícios fiscais, etc.), José Eduardo Martins acentuou que Cabo Verde é seguro e estável, duas características importantes quando se pretende investir, especialmente se for num PALOP. E sobre as áreas mais atractivas para o investimento? O turismo, em primeiro lugar. No mesmo âmbito [turismo], João Rabaça, Director da CESO, evidenciou o crescimento desse sector no país. A expectativa futura do país é alargar o turismo para todas as ilhas de Cabo Verde e sobretudo “existir uma diversificação do turismo”, de modo a que não exista apenas quantidade de opções turísticas para oferecer mas sim mais qualidade, nomeadamente a nível do turismo cultural, no qual Cabo Verde é muito rico, negando, assim, a ideia de que este país vive apenas do turismo de lazer.

Também o sector da economia do mar apresenta um potencial evidente, assim como as tecnologias da informação e comunicação e as energias renováveis, este último com uma problemática, tal como explica José Martins, da Abreu Advogados: “Cabo Verde tem muito pó, o que faz com que a manutenção de parques solares e eólicos seja difícil de gerir”. Contudo, a noção de que é necessário investir neste sector ficou patente.

Ao nível das exportações, verifica-se que cada vez mais Cabo Verde exporta para Portugal, demonstrativo de um vigor económico importante. Aliás, a relação comercial entre ambos os países foi evidenciada não só por João Rabaça (CESO) como também por Elias Andrade, Conselheiro da Embaixada de Cabo Verde.

“Portugal é o principal cliente e fornecedor de Cabo Verde”
João Rabaça , Director da CESO

Presente nesta sessão esteve Miguel Las Casas, empresário e CEO da Super Compras, empresa presente em Cabo Verde desde 1994. Para Miguel, o mais atractivo em Cabo Verde é o país e as pessoas: “Os cabo-verdianos são trabalhadores e responsáveis. De momento estou a tentar empregar apenas trabalhadores e jovens cabo-verdianos. O país e as pessoas merecem a nossa atenção.”

O CEO da Super Compras referiu ainda que há muita segurança no país, caracterizando os cabo-verdianos como pessoas agradáveis, com grande sentido de responsabilidade e sempre dispostos a ajudar, sobretudo nos departamentos públicos. Mais uma vez, a ideia de que a seriedade nos negócios está garantida é corroborada por quem tem know-how neste mercado.

Miguel Las Casas referiu ainda a problemática da insularidade de Cabo Verde. O facto de serem ilhas e de o transporte ser dificultado, acentua a sensação de que “não existe a oferta que precisamos para a procura que existe. Esse é o maior problema. Falta uma peça de um carro, de uma máquina e é preciso importar”. Contudo, esse facto também pode ser considerado uma oportunidade. Deu ainda um exemplo relevante: “A mecânica automóvel simplesmente não existe em Cabo Verde”.

As apresentações dos oradores desta sessão de Cabo Verde, podem ser consultadas aqui.

À tarde, pelas 15h00, realizou-se a sessão Como Fazer Negócios CPLP – Guiné-Bissau, onde estiveram presentes 25 empresários de empresas de diferentes sectores. Na ordem do dia estiveram as oportunidades de investimento neste país com a presença de José Manuel de Lemos Pavão, Cônsul Honorário da República da Guiné-Bissau no Porto e o advogado Ilvio Pacol Mango, Associado da Miranda & Associados.

Pode consultar as apresentações desta sessão, aqui:

Dia 5 – Moçambique e São Tomé e Príncipe

A estratégia de Moçambique para os próximos anos passa por desenvolver o seu capital humano, investir na investigação, tecnologia e infra-estruturas

Moçambique foi caracterizado como um mercado difícil, que tem passado por várias provações ao longo dos tempos mas que se apresenta na iminência de uma transformação que resultará numa maior abertura para os investidores externos e, naturalmente para os empresários portugueses. Rui Miguel Santos, Vice-Presidente Executivo da CESO, consultora que trabalha em economias emergentes há mais de 40 anos e com grande presença nos CPLP, explicou que o crescimento de Moçambique passa pela sua demografia e geografia, indicadores que os investidores devem conhecer antes de investir no país.

A reter, o facto de tudo apontar para um crescimento demográfico em Moçambique até 2025: por essa altura, 44% da população deste país africano terá menos de 15 anos. Em termos de geografia, Moçambique apresenta uma especificidade: a grande distância entre uma ponta e outra do país, “equivalente à distância entre Portugal e Berlim“, explicou Rui Miguel Santos, enunciando ainda outra particularidade: “É a porta de entrada para o Oceano Índico“, apresentando assim um posicionamento geo-estratégico muito relevante.

Sobre as estratégias e orientações do país para o futuro, “Moçambique tem tido o cuidado de ir revendo a sua posição estratégica“. A aposta será um investimento na industrialização e diversificação, sendo, na opinião do Vice-Presidente da CESO, este o caminho para a criação de mais emprego em Moçambique.

“O sector do petróleo e do gás alavancou o crescimento de Moçambique, mas são sectores pouco intensivos no que toca à criação de emprego”
Rui Miguel Santos, Vice-Presidente Executivo da CESO

Sobre as relações económicas entre Portugal e Moçambique, foram descritas como “quase anémicas“, não tendo muita expressão de volume de negócios.

Houve uma quebra de 40% nas exportações entre 2015 e 2016 e de 25% entre 2012 e 2016. O que significa que as relações entre Portugal e Moçambique nunca estiveram em níveis tão pobres de exportações como actualmente.

Para auxiliar as empresas portuguesas no seu processo de expansão e internacionalização, Pedro Silva, do Departamento Internacional Comercial do Novo Banco, patrocinador da acção, interveio com os instrumentos financeiros que o Novo Banco tem à disposição das empresas portuguesas para as auxiliar no investimento externo.

O Trade Finance é um desses instrumentos: é um financiamento para comércio internacional, independentemente da natureza desse financiamento. São Créditos Documentários, Cobranças, Standbys e Garantias. Os principais objectivos do Trade Finance é mitigar os riscos de investimento e proporcionar equilíbrio e capacidade negocial às empresas.

Também nesse sentido, a SOFID (Sociedade para o Financiamento do Desenvolvimento) apresentou o InvestimoZ, fundo de apoio ao investimento em Moçambique criado em 2010, inteiramente gerido pela SOFID, com 95 milhões de euros à disposição das empresas portuguesas interessadas no mercado moçambicano, sendo que apenas 10% desse capital foi utilizado. Este fundo procura sobretudo empresários que queiram investir nos sectores das energias renováveis, ambiente, infra-estruturas e turismo.

A TAAG – Linhas Aéreas de Angola, voltou a patrocinar esta sessão, apresentando as tarifas de voos que a companhia faz desde Angola para Maputo e as condições especiais para quem voa em negócios até África.

Tiago Farias, da InovCluster, esteve presente nessa sessão, onde partilhou o seu testemunho enquanto participante no Pavilhão de Portugal na FACIM, feira multissectorial que a Fundação AIP organiza anualmente em Moçambique.

Aqui disponibilizamos as apresentações dos oradores destas sessões e o contacto de Pedro Silva, do Novo Banco, para mais informações:

Às 15h00 foi a vez de ser abordado o mercado de São Tomé e Príncipe. O painel contou com a presença de João Rabaça, Director da CESO, que apresentou as condicionantes e vantagens do mercado deste país, Maria da Conceição Cabaços, Sócia da PLMJ, Advogados, que abordou a importância do ordenamento territorial para o desenvolvimento de São Tomé e Príncipe e ainda Bernardo Ivo Cruz, Administrador Executivo, SOFID, abordando quais as ferramentas de investimento para se apostar neste ilha africana.

O Grupo Pestana, na figura de João Raposo, Corporate Director, deu o seu testemunho sobre a presença da empresa no país, evidenciando o seu potencial tremendo de crescimento no sector do turismo.

A TAAG – Linhas Aéreas de Angola também estiveram presentes a apresentar as ligações que a companhia aérea possibilita através de Angola para outros países africanos, onde se incluem São Tomé e Príncipe e Moçambique. A companhia aérea oferece ainda condições especiais para os empresários que viajem a África em negócios.

Aqui disponibilizamos as apresentações dos oradores destas sessões:

Ciclo de conferências sobre os CPLP conclui que a África lusófona é um mundo de oportunidades por explorar2019-01-07T18:11:09+00:00

Como Fazer Negócios na CPLP: Conhece a nova lei de investimento privado de Angola? E as oportunidades de investimento na Guiné Equatorial?

Dia 3 de Julho, terça-feira, na Fundação AIP, realiza-se as primeiras sessões de Como Fazer Negócios – CPLP, focadas em Angola e na Guiné-Equatorial, uma organização da Fundação AIP, em colaboração com a CESO, com o patrocínio do Novo Banco e TAAG e com o apoio das Águas Fonte Viva.

Estes seminários (Como Fazer Negócios – Angola às 10h00 e Como Fazer Negócios – Guiné-Equatorial às 15h00), contarão com a presença de oradores que irão apresentar estes dois mercados, a sua economia e as oportunidades de negócio existentes nos referidos países.

Para as empresas interessadas em investir em Angola, é imperativo que se tenha todo o conhecimento necessário sobre a nova lei de investimento privado do país, dada a conhecer neste seminário por Ruben Brigolas, Associado Sénior da PLMJ, Advogados. Nesta sessão será igualmente abordada a nova fase do processo de desenvolvimento deste país africano e os instrumentos de apoio ao negócio de exportação, para as empresas que querem começar a sua internacionalização com vista aos mercados africanos.

 

 

 

 

 

As oportunidades de investimento na Guiné-Equatorial       

A Guiné-Equatorial é outro país da CPLP que será abordado nesta ronda de Como Fazer Negócios nos países de língua portuguesa.

Nesta sessão abordar-se-á o mercado da Guiné-Equatorial, em constante mutação e que enfrenta agora uma transformação positiva e indicada para o investimento estrangeiro.

Manuel Azevedo, Cônsul Honorário da Guiné-Equatorial em Portugal e empresário com know-how no mercado guinéu-equatoriano apresentará as oportunidades de negócio neste país da África Ocidental.

 

 

 

 

 

Haverá também espaço em ambos os seminários para os participantes ficarem a conhecer a experiência de empresas portuguesas já presentes nestes países, bem como fazer questões à mesa e, no final, desenvolver a sua rede de networking com os intervenientes e outros participantes na sessão.

Próximas Sessões:

4 Julho

10h00 – Cabo Verde 

[ver programa]

15h00 – Guiné-Bissau [ver programa]

5 Julho

10h00 – Moçambique [ver programa]

15h00 – São Tomé e Príncipe [ver programa]

10 Julho

10h00 – Brasil [ver programa]

Como Fazer Negócios na CPLP: Conhece a nova lei de investimento privado de Angola? E as oportunidades de investimento na Guiné Equatorial?2019-01-07T18:11:09+00:00

Um ano após os incêndios de Pedrogão Grande

Por Jorge Rocha de Matos *

Passou um ano sobre os incêndios de Pedrogão Grande, uma tragédia que irá perdurar na nossa memória coletiva.

Sessenta e seis mortos. Mais de duzentos e cinquenta feridos. Quinhentas casas e cinquenta empresas destruídas. Trinta mil hectares de floresta ardida.

Um ano depois, ainda existem muitas questões por responder. Mas a dimensão desta tragédia e a certeza do longo caminho que temos que percorrer, exige uma profunda reflexão sobre o papel que cabe a cada um de nós, individualmente ou organizados enquanto empresas e entidades, na prevenção, no combate e no apoio a situações de calamidade como aquela a que assistimos no verão passado.

A Fundação AIP sempre esteve atenta a esta realidade. Por isso, desde há longa data, se associou ao “Movimento ECO – Empresas contra fogos”, hoje uma das maiores iniciativas de responsabilidade social coletiva em Portugal e um desígnio nacional na prevenção dos incêndios florestais.

Após os incêndios e no contexto de emergência que se lhes seguiu, a fundação AIP celebrou um protocolo com a Partagence, a mais reputada ONG na ajuda de pós-emergência, visando o apoio aos sinistrados dos incêndios de Pedrógão Grande, Castanheira de Pera e Figueiró dos Vinhos, tendo posteriormente alargado o campo de ação às restantes regiões fustigadas pelos incêndios.

Na sequência deste protocolo já chegaram a Portugal quatro camiões (de 10 previstos) com cerca 31 toneladas de materiais e equipamentos. Esta ajuda equivale a cerca de 1109 peças de mobiliário, produtos de conforto e equipamentos diversos totalmente novos que irão ser distribuídos aos sinistrados à medida que as casas vão sendo reconstruídas.

No total, está programada a chegada de 10 semirreboques, perfazendo 150 toneladas, o equivalente a cerca de 300 mil euros, durante um período de intervenção que se prevê superior a um ano, num trabalho que é assegurado por cerca de 37 voluntários mobilizados regularmente.

Mas não ficamos por aqui. Todos sabemos que um dos maiores activos da Região Centro é o seu turismo e o quanto importante é restabelecer a confiança dos agentes económicos neste destino.

Foi por isso que a Região Centro foi a “Região de Turismo Convidada” nos dois maiores eventos organizados pela Fundação AIP, a BTL – Bolsa de Turismo de Lisboa e a FIA – Feira Internacional do Artesanato. Tratou-se de demonstrar que apesar da tragédia, o potencial turístico desta região se mantém absolutamente intacto. Pudemos, por exemplo, testemunhar o excelente desempenho da Pampilhosa da Serra, destino nacional convidado da BTL 2018, com um stand intitulado “Centro Comercial da Natureza”, um conceito que demonstrou toda a região continua a ser dinâmica e atrativa.

A Fundação AIP associa-se à homenagem prestada a todas as vítimas de Pedrogão neste vídeo da Slideshow, (empresa nossa parceira da BTL), e que foi vencedora da 50.ª edição do Festival Internacional de Filme e Vídeo dos Estados Unidos.

 

* Presidente da Fundação AIP

Um ano após os incêndios de Pedrogão Grande2019-01-07T18:11:10+00:00